quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Oficina de Repertório e Técnica de Martha Graham (PORTO ALEGRE/RS) e Dança Moderna

    Nos dias 09/08 á 11/09 foi realizado na cidade de Porto Alegre/RS uma oficina de Técnica e Repertório de Martha Graham pela UFRGS (http://www.difusaocultural.ufrgs.br/).
    Dois grandes nomes da Dança Moderno no Brasil e no Mundo, Andrea Raw Iracema (que deu a oficina para nível iniciante) e pelo primeiro dancer da Martha Graham Dance Company, Tadej Brdnik (oficina de Avançado).
    Eu fiz a de Iniciante, porque qualquer pessoa com um entendimento do que realmente é a Dança Moderna, entenderia que o nível avançado é para quem já trabalha ou trabalhou com a Dança Moderna extensivamente, não só um contato, senão não consegue entender profundamente as raízes do movimento.
    Muito foi falado do porque da Dança Moderna em Martha Graham, mas para entender o mínimo possível é realmente necessário conhecer a história do Moderno, Pós-Moderno e principalmente, a de Martha Graham.
    Martha Graham não foi a primeira pessoa a dançar a dança moderna, até porque ela não gostava muito desse termo, pois achava meio enrigessido. Começou um pouco "tarde" para os padrões de dança e até mesmo um pouco desacreditada, mas sua primeira influência foi vendo uma apresentação de Ruth St.Denis e decidiu que seria a Dança que ela seguiria por toda a sua vida. 
Seus familiares eram presbiterianos (cristãos protestantes) e queriam que ela seguisse qualquer outra profissão, menos dança. Mas ela segui em frente.
    Foi estudar na Denishawn Dance School com Ted Shawn e Ruth. Nessa escola se estudava muito as danças orientais (egípcias, gregas, etc), mesmo não tendo lá muito conhecimento técnico, mas muito mais por fotos e figuras antigas, que tanto os Shawns, Isadora Duncan e Loie Fuller, que vieram antes de Martha e que através destes, ela começou sua pesquisa, indo posteriormente á Nova York continuar suas pesquisas e estudos sobre dança.
    Lá começou a vida mais propriamente dita, particular (se é que isso foi possível á ela) em relação á dança. Em 1926, Graham publicou seu primeiro trabalho em palco, e de lá não parou mais.
    Não gostava muito do clássico, embora não nega suas vertentes. Não somente Graham, mas outros bailarinos vieram na mesma época que ela, antes ou até mesmo bailarinos dela, que não por rixas, mas por multiplicação, digamos assim, seguiram essa mesma vertente e/ou influênciaram, e muito, muitas gerações, como Merce Cunnigham, Pina Bausch (essa é da linha da dança-teatro), Ted Shawn, Paul Taylor, Twyla Tharp, Mary Wigman, Hanya Holm, Rudolf Laban, etc (não em ordem de origem cronológica).
    
     Os artistas da dança moderna tem muito orgulho da sua história, tendo o pólo oposto do balé. Ballet é a história da organização, movimento simétrico, as tradições das cias, teatros, assim como indivíduos. Dança moderna, por outro lado, é quase totalmente a história das personalidades, bebidas espirituosas e corações de cada um dos bailarinos, que elaboram as suas próprias filosofias, e definir os seus próprios estilos. Estes estilos evoluem e são transmitidos aos estudantes que, em seguida, romper a criar algo novo e tão pessoal.


    Mas a dança moderna não é verdadeira quando se diz q nega o clássico, embora boa parte daquele época fosse contra a rigidez de consciencia quanto corpo que a dança clássica forneceu durante tantos séculos, muito menos para agradar á burguesia.
    A dança moderno se caracteriza por movimentos consciêntes, rígidos e com muito contato no chão, no parceiro (relacionamento) de dança, espaço e o uso do tronco, que a dança clássica não permite certas torções na sua maioria. Pelo contrário do que muitos pensam, a dança moderna não é somente uma técnica com repertório somente para esse tipo de dança, mas serve sim para todos os tipos de dança. A dança moderna não quer retratar situações do passado, mas situações que vivem o presente, conflitos, guerras, emoções, etc. 
    Da dança moderna, o próximo seguimento foi a dança pós-moderna (um tanto mais gritante em relação á suas linguagens e expressões que talvez causasse uma surpresa em alguns dos dançarinos da época do surgimento da dança moderna no início do século XX) e mais atualmente a dança contemporânea (não falaremos sobre esta agora). 
    Nenhuma técnica é suficiente em si, nem o ballet clássico, nem o moderno, nem o contemporâneo.
    Segundo Klauss Vianna, a dança serve como "segunda natureza" da dança, para me servir de vocabulário. Quanto mais eu tenho conhecimentos técnicos em gerais, mais eu tenho vocabulário para transmitir a mensagem que o meu corpo quer.
    Do que adianta uma bela perna alta numa composição coreográfica, se ela não tem significado para mim e/ou para o público? 
Técnica não é o fim, mas o meio.
    Segundo a fenomenologia, em Mearleau Ponty (1994) em seu livro Fenomenologia da Percepção e no site do iDanca (http://idanca.net), ele afirma que o corpo é nosso ponto de vista sobre o mundo. O corpo fala, existe uma linguagem não-verbal.
    Se o corpo fala, pra que então tanta dança subliminar que não tem sentido nenhum, somente exibicionismos?




Pronto. Terminei a aula ontem com a mente cheia de idéias e pronta para viver mais sobre a dança. 
É impressionante e chega a ser um pouco engraçado quando começo a me questionar (o que tem acontecido com tanta frequência sobre o que faço e quem eu sou) sobre os porquês da dança e percebo que quanto mais eu faço mais "viciada" eu fico.
Por quê? Porque a própria dança, quando não vivênciada puramente por exibicionismos, palcos e troféus, mas pela filosofia e questionamentos sobre o mundo e quem nós somos, a dança nos favorece. Não é demagogia quando falam que a dança nos tornam pessoas melhores (toda regra tem excessão)! Refletimos sobre o mundo! Como não vamos nos tornar pessoas mais sensíveis e prontas para tentar responder (ou lançar dúvidas) na cultura em que estamos inseridas!?


Fica a instigação...QUEM VOCÊ É E POR QUE VOCÊ FAZ?








REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: http://idanca.net
http://www.dicasdedanca.com.br

3 comentários:

  1. Adorei a aula!hehehe Bom eu me identifico muito com a dança moderna acho muito linda, porém não sei dançar a altura dos ministros das igrejas e do meio secular. Acho a dança moderna um jeito de expressar as emoções e passos não tão "certinhos" como do ballet. Tenho o desejo de um dia poder fazer aulas de dança moderna para me aperfeiçoar, porém enquanto isso não ocorre vou orando p o Senhor abrir as portas!rsrs Gostei muito do texto e jah virei fã do blog..hehe.. vi no twitter a indicação e adorei.. estarei sempre por aki qnd der! Bjaum

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  2. Amadinha, ai em Salvador tem um curso na UFBA maravilhoso e estudam tudo, e dança moderna tambem. Se informe sobre oficinas, estudos e práticas da dança moderna...e nao precisa ter por base o Ballet viu!? a dança moderna é completamente diferente..não nega o ballet, mas é diferente. Se informe, estou aqui pra te ajudar no que for preciso.
    Que bom ter uma pessoa de outro estado junto! ♥

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  3. Pois eh amadaa, tem a UFBA sim.. Tenho amigos formados e tudo.. aki tbm tem o FUNCEB (dps pesquise sobre ele).. Escolas de dança aki eh o ki naum falta...rsrs... Eu vou fikr ligada qnd começar as inscrições p me inscrever mesmo!hehe Eu ki agradeço pela oportunidade de dar a minha opnião aki no teu blog. Deus te abenço. Bj0

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